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Papo Tático: criando o Kobuko

Nossa equipe fala sobre a origem e o desenvolvimento do nosso novo yordle queridinho.

DevAutorSMALL BABY PANDA
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O conjunto Fábulas em Tinta marca várias estreias no TFT, ainda mais quando o assunto são personagens. Criamos Alune, a irmã gêmea do Aphelios, como uma unidade independente, trouxemos a Zoe Criadora Mítica do Wild Rift para o jogo e, por último, mas não menos importante, apresentamos uma figura inédita em Runeterra. Na companhia do designer de jogo Michael Sloan, da artista conceitual KK Zhang e do animador Steve Oh, vamos contar como o TFT criou o primeiro personagem original com inspiração em Runeterra: Kobuko!

UMA FUNÇÃO NECESSÁRIA

O retorno da característica Fortuna pedia um yordle forte e alegre — afinal, o Teemo e a Tristana Fogos de Artifício precisam de um amigo na linha de frente.

Sempre que o TFT traz um yordle ou uma característica focada neles (como a Emo da Batalha Musical), pensamos nos mesmos tanques (Poppy e Amumu) na hora de definir a linha de frente. Frequentemente, temos que dar asas à criatividade e atribuir a função de tanque a Campeões que não são facilmente identificados como tal (Kennen, Vex), visto que o TFT depende mais de um bom número de vanguardistas do que todas as partidas uma partida normal na fila solo do LoL. Acontece que, a essa altura, a comunidade já viu os Campeões acima como tanques várias vezes, então era hora de criarmos nosso próprio conceito de yordle parrudo para desempenhar essa função. Pensa que acabou? Além de bater ponto na linha de frente, Kobuko também tinha que brilhar na gloriosa característica Fortuna.

Dado que ela é uma queridinha do conjunto Destinos, o retorno de Fortuna era algo bem arriscado de se fazer, seguindo bem a linha de jogo dessa característica. Durante Destinos, ela rendeu unidades memoráveis, como com a estreia do Tahm Kench no TFT como um Brutamontes que andava munido de Capa de Fogo Solar/Armadura de Espinhos. Esse acontecimento deve avivar fortes lembranças das primeiras itemizações experimentais de muita gente. No entanto, para trazer Fortuna de volta, tínhamos que satisfazer o padrão de qualidade crescente dos Campeões do TFT, além de proporcionar tanta diversão quanto unidades como Tahm Kench e Annie trouxeram para a característica em seu lançamento.

Daí veio a necessidade de criar o Kobuko e colaborar com outras criações fantásticas do universo de Runeterra, como a Zoe Criadora Mítica do Wild Rift. A Fortuna é uma característica incrível, portanto fazia sentido destacar o trabalho sensacional de outros títulos da Riot Games com ela (assim como já fizemos no passado com a T-Hex do Legends of Runeterra e o Barão em Runeterra Reforjada).

A Zoe Criadora Mítica é uma skin popular do Wild Rift que conseguimos trazer para o TFT. Além de combinar perfeitamente com a paleta de cores da Fortuna, ela também compartilha o tema e a identidade visual da linha de skins Criadores Míticos que estávamos utilizando na característica Tecetramas da Zoe. Demos muita sorte com isso. Foi um momento legal para a comunidade do Wild Rift também, como relatado por David Xu, produtor executivo do jogo: "Fazer parte da família do League of Legends é um baita privilégio, já que podemos aprender, compartilhar e comemorar junto a todos os jogos inspirados em Runeterra. Estamos nas nuvens com todo o carinho que a skin Zoe Criadora Mítica está ganhando no Fábulas em Tinta. Fazer colaborações como essa faz parte do DNA do Wild Rift, e a recepção de cada uma sempre foi positiva e acolhedora, o que nos deixa mais confiantes para continuar colaborando. Quem sabe não fazemos ainda mais coisas em um conjunto futuro?".

Eita, David, vai com calma nos spoilers!

Beleza, de volta ao Kobuko! Chegou a hora de revisitar o passado com Sloan, KK e Steve.

A ORIGEM DO KOBUKO

SLOAN:

Como nunca tínhamos feito nada parecido antes, o maior obstáculo foi… exatamente isso: nunca tínhamos feito nada parecido antes. Em vez de desenvolvermos a arte e a narrativa do Kobuko lado a lado, decidimos focar na personalidade e na história dele primeiro. Elaboramos um conceito sólido do personagem que estávamos criando, mas, por um tempo, não sabíamos como seria a aparência dele.

Kobuko é um artista marcial com magia yordle inata, mas essa está longe de ser a característica mais importante dele. O que mais se destaca nele são a personalidade e a filosofia de vida. Já que tínhamos uma boa noção da personalidade do Kobuko, escrevemos as falas dele logo no início do processo, muito antes de desenharmos a arte conceitual. Separei as minhas preferidas que evidenciam bem a visão de mundo dele:

"Quando a vida te der bandolimões, faça uma bandolimonada!"

"Não chora! É errando que a gente aprende."

Quando alguém falha em alguma coisa, Kobuko é do tipo que oferece um ombro amigo e incentiva a tentar de novo. Mesmo que você leve a pior lutando contra ele, ele tem certeza de que você vai ganhar na próxima!

Enquanto trabalhávamos com o dublador, tivemos a ideia de colocar o Kobuko para cantarolar o tema de Ionia do Legends of Runeterra. Já tínhamos estabelecido que esse yordle ama cantar… ainda que não muito bem. Perguntamos ao dublador se ele gostaria de saber como era a melodia original, mas ele teve a ideia de cantarolar junto enquanto ouvia a música para tentar acertar o ritmo de primeira. O resultado foi meio excêntrico, mas perfeito para o Kobuko.


Com voz e personalidade definidas, levamos todo o material para a KK e pedimos que ela soltasse a criatividade na arte conceitual. E acredita que só fomos descobrir o que queríamos nessa arte quando vimos ela?

KK:

Como era minha primeira vez desenhando um conceito de Campeão, eu estava superempolgada. Tive um enxurrada de ideias logo de cara. Criei uma lista inteira do que o Kobuko poderia ser, comecei a desenhar com base nela e fui explorando aquele mar de possibilidades.

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Recebi bastante ajuda da equipe de Campeões do LoL e do nosso diretor de arte, que compartilharam as experiências e lições que acumularam para fazer um personagem ter cara de Campeão.

Na nossa cabeça, Kobuko deveria ser baixinho como outros Campeões yordles, mas ele é um tanque, então também queríamos que fosse parrudo. Na verdade, gostaríamos que ele fosse grandalhão, porém, como é um yordle, decidimos que a altura colossal desse carinha seria cerca de 1,22 m. Pensei em desenhar uma armadura para mostrar que é um personagem durão e forte, mas o poder do Campeão vem dele mesmo, por isso não combinou.

Enquanto desenhava esse yordle, eu não parava de sorrir. Kobuko é como um mentor com poderes restauradores, então eu me imaginei afundando o rosto na barriga peluda da minha gata enquanto ela me curava… e quis replicar isso no Campeão.

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Por fim, resolvemos que ele teria palmas grandes e poderosas. Palmas transmitem mais apoio e acolhimento do que punhos agressivos, o que faz delas perfeitas para abraços, aplausos e outros encorajamentos. Ficamos muito contentes com esse rumo e achamos que caiu como uma luva na personalidade dele.

SLOAN:

Para chegarmos a esse ponto, passamos por muitos conceitos e trocas. A versão final veio de uma mudança de última hora, depois que percebi que o conceito definido não havia ficado legal e perguntei à KK se poderíamos tentar de novo. Foi então que ela me enviou o desenho de um yordle com patas gigantes, braços grandes e peludos, e padrões maneiros nas palmas, e eu bati o martelo na hora.

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KK:

No passado, exploramos meios de dar ao Kobuko algo que o tornaria único e robusto. Ainda assim, queríamos manter a ideia de que o poder dele vem da personalidade, não dos músculos definidos. Foi daí que tive a ideia de pôr pesos de treinamento nos braços do personagem, o que também distinguiria a silhueta dele da de outros Campeões.

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Ficou bonitinho, mas a equipe de Campeões do LoL me avisou que essa solução não era intuitiva e que os pesos poderiam ser confundidos com algemas ou manoplas. Nosso objetivo era passar uma ideia clara e divertida à comunidade, não algo confuso, então dei um passo atrás. Pensei em como poderia preservar a forma atual do Kobuko e, ao mesmo tempo, deixar a fonte de poder dele mais clara. Como manter a personalidade alegre dele. Nesse momento, a ideia das palmas gigantes brotou na minha cabeça e parecia ser perfeita.

SLOAN:

Era como se modificações a cada arte conceitual da KK nos deixavam mais perto da versão final. Cada tentativa encaixava uma peça no lugar, e o processo foi seguindo assim até ela conseguir montar o quebra-cabeça inteiro de uma só vez.

O LUGAR DO KOBUKO EM RUNETERRA

SLOAN:

Como estávamos criando um yordle, nós tínhamos uma grande vantagem narrativa. Yordles são excêntricos, ficam na deles e raramente causam um grande impacto no enredo de Runeterra (como alguns dos outros personagens fazem). O Kobuko não é um figurão, não conta com um poder imenso e nem vai salvar ou destruir o mundo. O principal objetivo dele é distribuir sorrisos, descobrir novas alegrias e ajudar os outros a aprenderem a amar a vida. E se o Sylas roubasse a ultimate dele, esse mago aprenderia a dar um sorriso mais feliz (pensando bem, talvez ele devesse fazer isso).

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Embora Kobuko seja canonicamente de Runeterra, a presença dele na Convergência é tão efêmera quanto o conjunto em si. O TFT usa Campeões de maneiras que respeitam a autenticidade dos personagens. Porém, quando eles aparecem nos conjuntos, estão em mundos diferentes de Runeterra.

KOBUKO EM JOGO

SLOAN:

O primeiro kit era quase igual à versão final: ele ganhava Vida com base na economia e, quando conjurava, dançava e se curava em uma porcentagem de sua própria Vida máxima.

Com o kit original, houve partidas em que a equipe inteira morria em torno dele. Kobuko não abatia nada, mas também não morria. Então alteramos a porcentagem para um número fixo. Quando ficamos sabendo das patas mágicas (valeu, KK!), percebemos que poderíamos consertar o problema fazendo-o dançar e fortalecendo as patas para causarem dano adicional no próximo ataque. Queríamos que ele tivesse a chance de acabar com uma luta e, ao mesmo tempo, que desse a impressão de ser um Campeão forte e capaz de causar um belo estrago (mesmo que contra a vontade dele).

No futuro, podemos pensar em outras habilidades que façam bom uso da magia yordle, da personalidade positiva e dos músculos dele!

STEVE:

Quando me deparei com o conceito e a narrativa do Kobuko, a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi que ele parecia mais um guardião amigável do que um lutador parrudo e brutal.

Em comparação aos yordles que já conhecemos, Kobuko é único. Para começo de conversa, ele é o primeiro yordle do elenco que realmente tem cara de tanque, o que ajudou a definir como seriam os movimentos dele em jogo.

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Para realçar a arte e a narrativa do Campeão, eu quis transmitir o quanto Kobuko é alegre por meio das animações dele. O personagem não está em busca de agressão ou violência — na verdade, ele prefere proteger e curar. E por mais que ele goste de praticar luta com seus amigos, o objetivo é aproveitar os momentos juntos, não lutar até a morte. 

Todos esses traços foram os pilares do meu trabalho para animar as expressões faciais e os movimentos dele. Combinar expressões faciais, como o sorriso caloroso e a risada alegre dele, com movimentos firmes, mas leves, acabou sendo a solução perfeita para o Kobuko. Dá para ver como a personalidade e os movimentos dele ficaram nas animações abaixo:

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A animação de corrida do Kobuko transborda energia e empolgação.
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Na animação de ócio, a respiração dele é lenta e relaxada (e profunda!).
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Canalizando um espírito restaurador para curar aliados com um ritual alegre.
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E, é claro, uma dança para comemorar!

OLHANDO PARA O FUTURO

Desde Nomsy a Sohm e ao Silco, descobrir maneiras de trazer personagens modernos para a Convergência sempre foi uma missão secundária para nós do TFT. Acrescentar ao TFT coisas incríveis que outros jogos criaram (como a Zoe Criadora Mítica do Wild Rift) é algo que sempre pode dar um toque especial a um conjunto.

Sempre tentamos colaborar com outros títulos da Riot Games para criar conjuntos em que nosso elenco possa encaixar no conceito temático, seja transformando Lillia numa Superfã do K/DA ou Alune numa unidade jogável. Continue acompanhando as novidades para saber como vamos aprimorar esse processo nos conjuntos futuros e conte pra gente qual dos seus queridinhos de Runeterra você gostaria de ver no TFT da próxima vez!

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