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/dev: Balanceamento no competitivo

Vamos falar um pouco sobre como balanceamos o jogo para a temporada competitiva e o Mundial.

DevAutorEquipe de Summoner's Rift
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Boas-vindas à terceira parte de uma série de quatro blogs da Equipe de Summoner's Rift! No ano passado, realizamos a campanha Vida de uma Atualização e compartilhamos como fazíamos uma atualização de balanceamento em League of Legends (confiram o resumo aqui!). Desta vez, abordaremos alguns tópicos relevantes e recorrentes de forma mais aprofundada do que nas Notas de Atualização, nas redes sociais ou nas publicações semanais do Meddler e do Scruffy.

Dá uma olhada no que vem por aí:

  • Blog 1 , fim de junho: situação do Plano de Balanceamento de Campeões, detalhando o que foi ajustado desde sua concepção no ano passado.
  • Blog 2 , início de julho: nova abordagem para o balanceamento de novos Campeões e AVMs.
  • Blog 3, meio de agosto: balanceamento para a temporada competitiva e o Mundial.

Hoje, falaremos sobre o balanceamento em Summoner's Rift no mais alto nível de jogo: o cenário competitivo.

Balanceamento na temporada regular

Exceto nas atualizações em que os grandes campeonatos (como MSI e Mundial) serão jogados, o Plano de Balanceamento de Campeões dita como balanceamos o jogo no competitivo.

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Perceba que nos concentramos principalmente nas quatro maiores regiões competitivas (LCK, LPL, LEC e LCS), mesmo com 12 ligas regionais espalhadas pelo mundo. As quatro maiores regiões são determinadas pelas regras de colocação atuais do Mundial, que são um reflexo do desempenho internacional de cada uma delas (ou seja, sucesso no MSI/Mundial) ao longo dos anos.

No cenário profissional, nos centramos na Presença (agregado de escolhas e banimentos) em vez da taxa de vitórias para medir o poder de um Campeão. A taxa de vitórias não é uma métrica tão confiável aqui, já que a quantidade de dados acumulados em uma atualização não é o bastante para definir o poder de forma correta. No melhor dos casos, temos uma média de 200 partidas competitivas em uma atualização, apenas uma pequena fração da quantidade de dados que precisamos para balancear um Campeão com base na taxa de vitória.

Utilizamos duas fases para identificar Campeões fora da curva no cenário competitivo. Qualquer Campeão com uma Presença igual ou superior a 95% (90% no MSI/Mundial) em uma atualização receberá um enfraquecimento. Isso faz com que seja fácil de manter nos eixos os Campeões com um pico de poder muito alto após um fortalecimento. A segunda fase examina a Presença ao longo de duas atualizações, mas com um limite de 85% (80% no MSI/Mundial). Assim, garantimos que não tenha um pequeno grupo de Campeões fortes demais por muito tempo.

Utilizamos a métrica de 5% de Presença para identificar Campeões abaixo da média no cenário competitivo. O valor é exatamente 5% para garantir que não levemos em consideração só a escolha habitual de apenas um jogador, mas algo que seja viável em várias partidas.

Diversidade de Campeões na temporada regular

Além dos objetivos-padrão do Plano de Balanceamento, definimos várias direções de diversidade do meta para cada segmento de jogo. Para o cenário profissional, nosso objetivo é que 45% dos Campeões tenham 5% ou mais de Presença. Acreditamos que esse objetivo representa um meta saudável, onde várias estratégias são viáveis e muitos Campeões podem desempenhar diversos papéis.

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Entre o cenário profissional e a jogatina casual

O Plano de Balanceamento de Campeões diz para só fortalecermos um Campeão quando ele estiver abaixo da média em todos os níveis de jogo. Ou seja, mesmo que algum Campeão esteja sumido do cenário competitivo, isso não significa que o fortaleceremos (podemos até fazer isso, contanto que ele não fique forte demais em outro nível de jogo). Amumu é um exemplo de um Campeão que se dá muito bem no nível de habilidade médio, mas não aparece tanto no competitivo. Não há problema nenhum nisso, pois sabemos que alguns Campeões são melhores nas mãos de alguns públicos do que de outros.

Um dos desafios que enfrentamos quando balanceamos para o competitivo é garantir que as mudanças não tenham um impacto negativo tão brusco em outros níveis de jogo

“Isso ocorre porque as alterações de balanceamento em Summoner’s Rift são sempre iguais para todo mundo: todos jogamos no mesmo Rift, tanto no Ferro quanto nas maiores ligas profissionais.”

Balanceamento para o Mundial

Diferentemente da temporada regular, que conta com uma atualização a cada duas semanas, o Mundial é jogado em uma só atualização ao longo de seis semanas, garantindo um padrão estratégico consistente durante todo o campeonato. Sendo assim, o meta da atualização do Mundial é bem mais otimizado do que nas outras atualizações, já que as equipes aperfeiçoam ao máximo suas estratégias e escolhem os Campeões perfeitos para aquele período. Em um mundo perfeito, isso faria com que nós, espectadores, pudéssemos assistir a um campeonato onde o meta evolui, contrajogadas para estratégias dominantes são criadas e há uma vasta diversidade de Campeões e estilos de jogo.

Contudo, às vezes as otimizações não funcionam conforme o esperado. Você se lembra do Mundial 2017, quando os profissionais identificaram uma mudança no Turíbulo Ardente no começo da temporada? Mesmo depois de um enfraquecimento preventivo antes da estratégia realmente sair do controle? O resultado foi um meta focado em apenas uma estratégia: proteger o Atirador. Embora algumas boas contrajogadas tenham sido criadas para essa estratégia (lembra da Leona de Fervor?), o meta ficou marcado pelo estilo seguro e voltado ao fim de jogo, e isso é algo que devemos evitar ao máximo.

Para combater estratégias fortes demais, começamos a não fazer mudanças de balanceamento muito drásticas na atualização do Mundial, estabilizando o meta com várias opções viáveis.

Ou seja, nada de mudanças de balanceamento muito dramáticas após o início da Segunda Etapa.

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Sem Campeões com 100% de Presença

Um dos nossos principais objetivos para o Mundial é não ter nenhum Campeão com 100% de taxa de escolha/banimento (ou seja, 100% de Presença) ao longo do campeonato. Sabemos que a Seleção de Campeões é muito importante e extremamente complexa no competitivo, e, quando um Campeão precisa obrigatoriamente ser escolhido ou banido, isso tem um impacto negativo na diversidade estratégica das equipes. Isso pode acontecer quando os jogadores profissionais não jogam tanto com um Campeão novo ou que tenha recebido uma AVM recente durante a Segunda Etapa ou as eliminatórias, ou seja, não temos informações o suficiente para balanceá-lo até a data do Mundial.

Nós quase conseguimos atingir esse objetivo em 2019, mas, infelizmente, o Pantheon acabou tendo 100% de taxa de escolha/banimento. Pantheon foi importante para aprendermos com nossos erros, já que sua AVM teve menos de uma atualização de testes no cenário competitivo antes do Mundial. Para que isso não ocorra novamente, trabalhamos com a Equipe Global de Operações Competitivas na criação de uma nova política para Campeões e AVMs recém-lançados:

“ Para que possam ser escolhidos no próximo campeonato internacional, novos Campeões e AVMs devem estar habilitados para as eliminatórias nas quatro maiores regiões.”

Ou seja, em 2020, Lillia poderá ser escolhida no Mundial, mas Yone não.

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Diversidade de Campeões no Mundial

Para campeonatos profissionais, estreitamos nossa faixa de diversidade em mais 5%, ou seja, aumentamos para 90% em uma atualização ou 80% em duas atualizações, a fim de garantir a diversidade ideal. Isso dá aos profissionais mais formas de mostrar suas habilidades no maior campeonato do ano, além de levar uma experiência mais emocionante ao público.

Nossa perspectiva com relação à diversidade de Campeões no Mundial evoluiu com o passar dos anos. Paramos de nos preocupar com um Campeão aparecendo sempre no competitivo e passamos a observar se ele aparecia o suficiente para influenciar o meta. Nossa abordagem agora inclui 5% ou mais de Presença porque acreditamos que seja um bom indicador de quando um Campeão é viável, deixando de considerar apenas quando ele é escolhido ou banido por algum jogador ou em certa partida.

Em 2019, 62% dos Campeões foram escolhidos/banidos pelo menos uma vez, mas só 41% deles tinham 5% ou mais de Presença.

Para 2020, queremos que o número de Campeões com 5% ou mais de Presença no Mundial seja de pelo menos 45%. Em outras palavras, queremos ver 67 escolhas únicas de Campeões com uma Presença de pelo menos 5%.

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Vale ressaltar que todos os fortalecimentos para o Mundial ainda devem respeitar os limites do Plano de Balanceamento de Campeões em todos os níveis de jogo.

Nos últimos anos, tentamos de tudo para aumentar a diversidade de Campeões no Mundial. Até que conseguimos, mas não valia a pena sacrificar a experiência do jogador para isso.

O Kha’Zix na temporada 8 é um bom exemplo disso. Fortalecemos sua Lentidão no Espinho do Vazio antes do Mundial porque sabíamos que seria útil no cenário competitivo. Isso o deixou forte demais e, pior ainda, fez com que ele se tornasse um personagem que atacava à distância, o que não condiz com sua identidade.

Conseguimos fortalecer o Kha’Zix de novo esse ano, mas, dessa vez, aumentamos seu dano a alvos isolados, o que faz sentido para um Campeão da natureza dele. Contudo, acabamos exagerando, então reduzimos um pouco desse fortalecimento na Atualização 10.16.

Outro exemplo é o fortalecimento da Caitlyn na Atualização 10.15. Tínhamos um objetivo específico ao fortalecê-la (falaremos disso depois), mas ela está no limite de se tornar forte demais no jogo regular. Além disso, é frustrante jogar contra ela até quando não está tão forte, então estamos monitorando o desempenho dessa Campeã com cuidado.

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Diversidade de posições no Mundial

Além da diversidade de Campeões no Mundial, também trabalhamos um pouco nas posições para aumentar a diversidade de confrontos em todas as rotas. Nosso objetivo em 2020 é ter pelo menos 10 escolhas por posição com 5% ou mais de Presença no Mundial.

Ao adicionarmos Campeões no meta competitivo, devemos garantir que as melhores escolhas em cada posição tenham picos de poder e condições de vitória diferentes durante o jogo.

Conseguimos alcançar esse objetivo avaliando a atualização em que o Mundial será jogado e observando quais posições têm menos de 10 escolhas viáveis. Com base nos picos de poder e nas condições de vitória dos Campeões já presentes nesse meta, pensamos em escolhas que, quando fortalecidas a ponto de ficarem viáveis, poderiam aumentar a diversidade estratégica do jogo. Por conta da falta de tempo para observar o impacto dessas mudanças, pensamos em fortalecer Campeões individualmente em vez de fazer mudanças que os afetem indiretamente. Se fortalecermos demais um único Campeão, a pior das hipóteses é que ele fique com 100% de taxa de escolha/banimento. Se fortalecermos uma categoria inteira de Campeões com mudanças no sistema, voltaremos a ver um meta igual ao do Turíbulo Ardente.

Mundial 2020: diversidade de carregadores da rota inferior/atiradores

A função de atirador/carregador da rota inferior foi uma das menos diversificadas durante a temporada 2020.

Enquanto pensávamos em como criar uma maior diversidade de Campeões para o Mundial 2020, percebemos que enfraquecer o Varus faria com que Campeões fortes no meio/fim de jogo, como Aphelios, Ashe, Ezreal e Kai'Sa, dominassem de novo a rota inferior. Então, para combater isso, buscamos Campeões que se dão bem em estratégias de início de jogo, como Kalista e Varus. Caitlyn e Miss Fortune são Campeãs que impõem pressão na fase de rotas e têm picos de poder diferentes do meta atual de atiradores.

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Mundial 2020: diversidade na rota superior

Para o Mundial 2020, também queríamos aumentar a diversidade de Campeões na rota superior. Ao examinarmos os Campeões que compõem o meta, descobrimos que havia uma boa representatividade de picos de poder. Renekton, Jayce e Volibear têm uma alta presença no início de jogo. Kennen e Wukong são boas escolhas para o meio de jogo. Ornn, Camille e Kayle são exemplos de Campeões fortes no fim de jogo.

Pensamos em fortalecer o Vladimir para torná-lo uma opção de fim de jogo capaz de enfrentar alguns Campeões do meta, mas decidimos não arriscar. Primeiro, não queremos que a ideia de "escalar para o fim de jogo" seja a escolha dominante em várias funções, pois os atiradores já fazem esse trabalho. Segundo, Vlad já conta com uma taxa de vitória sólida (mas não dominante) de 51,5% nas mãos de jogadores habilidosos na rota do meio. Vladimir já é bem forte e escolhido, então forçá-lo a entrar no meta, especialmente no nível de jogo habilidoso, não parece ser uma boa ideia.

Embora os picos de poder na rota superior estivessem bem distribuídos, ainda faltava diversidade estratégica. As condições de vitória pareciam se resumir a 1) impor muita pressão para criar vantagens nos confrontos de equipe ou 2) jogar com um Campeão tanque que não precisa vencer no início de jogo. Por isso, decidimos fortalecer Jax e Fiora, já que ambos são ótimos para reposicionar os inimigos com investidas divididas e não são tão bons em confrontos 5x5.

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Diversidade de Campeões ao longo das temporadas

Nosso objetivo final não é ver todos os Campeões ou estratégias sendo igualmente representados em todos os Mundiais. Gostamos de como o meta profissional evolui a cada temporada, e também gostamos que cada Mundial tenha estratégias e estilos de jogo únicos (mesmo quando os campeonatos são lembrados mais pelos fracassos do que pelas conquistas, como o meta de Colossos em 2015 ou o do Turíbulo em 2017). Da mesma forma, não queremos um domínio de assassinos e atiradores seguros como no Mundial 2019. O nível mais alto do competitivo já parece promissor, e esperamos que estratégias e escolhas inovadoras possam dar as caras no Mundial 2020.

Pensando no futuro

Por agora, nossos planos de balanceamento visam a força e a diversidade dos Campeões, mas estamos sempre dispostos a evoluir. Estamos pensando em monitorar outras estatísticas que podem ajudar a criar partidas ainda mais emocionantes, como a média de abates por partida. Também vamos expandir nossos planos para que levem em consideração todos os campeonatos internacionais, como o MSI, onde nossos objetivos são os mesmos, mas os meios de balanceamento podem ser diferentes por conta da menor quantidade de partidas.

Voltaremos no mês que vem com o último Blog do Desenvolvedor para falar sobre como balanceamos os sistemas do jogo (runas e itens), como o cenário competitivo influencia nossas decisões, e traremos mais detalhes sobre a reformulação de itens para a pré-temporada 2021 .

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